Sueli Carneiro realizou a conferência de abertura do VIII Fórum Pró-Igualdade Racial da UFRB

Durante a abertura do VIII Fórum Pró-Igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo, a professora Sueli Carneiro, filósofa e doutora em educação pela Universidade de São Paulo (USP), convocou a população a refletir sobre as formas de opressão que tem privado a população negra do acesso à construção do conhecimento acadêmico no Brasil.

“Talvez possamos vir a acordar um dia que houve crime de proporções e conseqüências radicais, porém estamos aqui ainda no plano das conjecturas. É com essa ótica e espírito aberto que te convido para este diálogo confiante que é possível conquistar corações e mentes, mesmo entre aqueles que rejeitam o som de vozes subalternas. Conquistar mentes e corações para construir outros cenários que representam a emancipação para todos nós”, Sueli Carneiro em sua fala durante a conferência.

O Fórum, realizado durante esta semana (17 a 21), reúne no campus de Cachoeira da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) cerca de 1000 participantes de todo o Brasil e países da África. A abertura contou com a presença do Reitor da UFRB, Paulo Gabriel Nacif, do pró-reitor de Políticas Afirmativa e Assuntos Estudantis, Ronaldo Barros; da coordenadora de políticas Afirmativas da UFRB, Denize Ribeiro, do vice-diretor do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL/UFRB), Wilson Penteado; do coordenador do NEAB, Antônio Liberac, da coordenadora do Mestrado Profissional em Ensino de História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas, Rosy Oliveira; do representante do Coletivo Central do Estudantes, Paulo Ricardo Bosque e do representante da Associação do Professores Universitário do Recôncavo, Antônio Eduardo.

“Nesta edição conseguimos trazer muita gente experiente para falar de suas participações no movimento social, suas pesquisas e suas contribuições para a equidade social. É um momento importante para UFRB debater e discutir essas políticas para a universidade direcionar suas ações no sentido de atender as demandas da população que é usuária dessas políticas”, declarou a professora e organizadora do Fórum, Denize Ribeiro.

A programação segue até o dia 21

No dia 19, às 9h, haverá um debate da proposta de implantação do Centro de Estudos de Línguas Africanas na UFRB e, às 14h, a roda de conversa “As Universidades, a Garantia de Direitos para a População Negra e o Estatuto da Igualdade Racial”. Fechando a programação, às 19h, no Cine Theatro Cachoeirano, será exibido o filme “O dia de Jerusa”, dirigido pela baiana Viviane Ferreira, que traz para a tela questões sobre velhice, solidão, memória e ancestralidade.

A programação do Dia Nacional da Consciência Negra, 20, inclui a Exposição Afro-Barroco, na Igreja do Rosarinho, e o lançamento dos livros “Onde estaes Felicidades”, uma homenagem à escritora Carolina Maria de Jesus por seu centenário de nascimento, e “Tranças e Redes”, dos professores Denize Ribeiro, Ana Rita Santiago, Ronaldo Barros e Rosangela Souza. Em paralelo, acontece também o lançamento da segunda edição da Revista Afirmativa, publicação dos discentes da UFRB. O dia será encerrado com o show do grupo Gege Nagô.

O último dia do Fórum, 21, terá uma série de momentos de vivências, oficinas e confraternizações, além do debate “A UFRB: uma universidade negra? Reflexões para uma epistemologia descolonizadora”, marcado para às 9h, com a presença de discentes, docentes e técnicos administrativos da universidade.