Juventudes Secundaristas e a Universidade: acessar para permanecer e formar
JUVENTUDES SECUNDARISTAS E A UNIVERSIDADE: acessar para permanecer e formar.
Equipe: Prof. Dr. José Raimundo Santos – Coordenador
Bolsista/PIBIC/UFR – Carlos Valença Guerra Junior
Os estudos sobre a evasão no ensino superior assumem relevante importância no contexto atual. Nos últimos anos temos observado inúmeros ataques à ciência e às suas instituições. O negacionismo ganhou campo entre os atuais dirigentes do governo que promoveram, direta ou indiretamente, um conjunto de mazelas e mortes, que alcançaram de forma mais destacada as parcelas marginalizadas da nossa sociedade. Daí que, pobres, negros e periféricos sentiram o peso da necropolítica negacionista sobre seus corpos e suas estruturas familiares. Muitos morreram, e muitos jovens tiveram que abortar sonhos e planos futuros para suprirem as necessidades materiais de suas famílias.
A extensão do negacionismo na educação se materializa na evasão. Segundo a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua), 244 mil crianças e adolescentes entre 06 e 14 anos estavam fora da escola no segundo trimestre de 2021, um aumento de 171% em relação a 2019. No ensino médio, o INEP registrou em 2021, um aumento significativo, registrando, na rede pública, o dobro em relação ao ano anterior. Em 2020, a taxa de abandono era 2,3% e passou a ser de 5% em 2021, segundo o Censo da educação básica do INEP divulgado em 2022.
Esses números impactam no processo contínuo de formação dos indivíduos. O evadir da educação básica implica em obstruir o percurso formativo e o acesso ao ensino superior. O sequestro do futuro traz consequências irreparáveis para esses indivíduos e suas famílias, uma vez que corrompe o direito à cidadania e transforma em escasso o acesso a bens e serviços de responsabilidade do Estado.
Falta diálogo com a universidade e orientação na educação básica acerca da universidade e de suas possibilidades. Daí nos questionamos: De que forma o professor da educação básica estimula seu discente a inserir-se na educação superior? Como esses discentes têm acesso aos cursos e suas possibilidades de atuação profissional? Qual a percepção sobre a universidade pública e qual expectativa da juventude do Recôncavo sobre acessar a UFRB? Qual a ideia de permanência e manutenção dos estudos que há entre a juventude candidata ao ensino superior? Qual a percepção acerca do papel do Estado na manutenção e permanência do estudante no ensino superior? São muitas as questões. Mas entre elas há uma interseção que orienta nossa reflexão e pesquisa, ou seja, o nosso público é a juventude de escola pública e, nossos objetivos estão em compreender suas percepções e representações sobre a educação superior, permanência e formação profissional.
Daí buscar-se-á com essa pesquisa: Apreender as percepções dos estudantes do ensino médio sobre a UFRB, formas de acesso, permanência; Mapear as interferências e barreiras identificadas pelas juventudes do ensino médio no acesso e permanência na universidade pública; Compreender as representações da juventude do ensino médio acerca do processo formativo profissional e das necessidades de manutenção material e simbólica na universidade; Compreender suas percepções e representações sobre o Estado e suas correlações com a educação superior, permanência e formação profissional; Identificar estratégias de divulgação e apresentação da UFRB e seus cursos, a partir das linguagens e tecnologias utilizadas por essas juventudes.