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01/07 - Musicistas profissionais e os sons da flexibilidade em Salvador

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A segunda edição da Série Entrenotas, receberá o prof. Dr. Jeff Packman, titular da Faculdade de Música da Universidade de Toronto (CAN). Tendo conduzido extenso trabalho de campo com musicistas na cidade de Salvador (BA) para sua tese de doutoramento, ele abordará as características flexíveis das atividades protagonizada por seus interlocutores de pesquisa, a estruturar os fazeres profissionais na área. A conferência será conduzida em língua portuguesa, pelo próprio prof. Jeff. 
Link para a conferência: https://www.youtube.com/watch?v=ve0L6irx3UM

Packman irá apresentar ainda resultados de outra pesquisa, mais recente, relacionada aos múltiplos capitais (social, político, tecnológico etc.) mobilizados por músicos em situações de performance, no intuito de produzir atmosferas sonoras almejadas, nos referidos contextos. A partir de vivências partilhadas com dois instrumentistas soteropolitanos, o pesquisador abordará as mediações tecnológicas por eles estabelecidas em situações de performance, bem como as micropolíticas a permear o mosaico de relações estabelecidas com diferentes agentes no palco, em especial, os técnicos de som.

Debates recentes vinculados a reconfigurações da legislação trabalhista no Brasil, culminaram na aprovação da Lei 13.467, de julho de 2017, com impacto sobre a CLT. Flexibilizada, sob a argumentação de adequação a transformações ocorridas mercado de trabalho, a “nova CLT" aproximou um pouco mais – aqueles sob sua jurisdição – de relações de trabalho vivenciadas por musicistas, em período muito anterior à sua validação. A legislação do trabalho voltou a se destacar no debate público no contexto da pandemia de Covid-19, que impactou de modo mais intenso os trabalhadores informais e conta própria – cerca de 90% da força de trabalho entre musicistas, segundo dados do IBGE (2010).

A MP 927 instituiu alterações trabalhistas válidas por período determinado, como resposta à situação de exceção imposta à força de trabalho no Brasil durante a pandemia. Por meio desta, em seu artigo 2o, permitiu-se o acordo individual entre empregado e empregador, sem a participação de sindicatos. A referida MP despertou inúmeras críticas à legislação por parte de especialistas, podendo ocasionar na extensão de uma realidade laboral cotidiana para os profissionais da música e de outros trabalhadores – negociação direta com o empregador – às categorias profissionais comumente exercidas sob algum amparo legal.

Sobre Jeff Packman:
Etnomusicólogo, se especializou em estudos sobre música brasileira, música popular da Américas e teoria da cultura. Desde 2002 vem conduzindo extenso e contínuo trabalho de campo no estado da Bahia, tendo como enfoques questões raciais, de classe e cultura política, relacionadas ao fazer musical profissional. Sua pesquisa de doutorado (Universidade da da Califórnia/EUA) foi o pilar de artigos publicados em revistas especializadas, incluindo a Latin American Music Review, a Black Music Research Journal, a Ethnomusicology, bem como de sua própria tese, que será publicada pela Wesleyan University Press. Desde 2007, Jeff integra um projeto colaborativo cujos membros se propõem a investigar diversos grupos de samba de roda baiano. Financiado pelo Conselho de Pesquisa em Ciências Sociais e Humanas do Canadá (SSHRC), seu trabalho sobre o tema foi publicado em coletâneas e periódicos, incluindo o Ethnomusicology Forum, e o Black Music Research Journal. Seu mais recente projeto, também financiado pelo SSHRC, explora sons, movimentos e políticas culturais referentes às festividades juninas na Bahia. Atualmente ele leciona na Universidade de Toronto, onde é diretor associado do programa de Pós-Graduação.

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