Defesa de Mestrado | 21JUN

MUITO ALÉM DAS NARRATIVAS DOS CONTOS DE FADAS: (auto) netnografia  de mulheres madrastas em comunidade virtual - um estudo transmetodológico

GRAZIELLE BARBOSA SILVA

21.06.23, às 09h | Google Meet

Esta pesquisa foi desenvolvida através de uma perspectiva transmetodológica  (MALDONADO, 2015; PIRES; MALDONADO, 2016; ALMEIDA; MALDONADO, 2020), a qual reúne a análise-temática (ROCHA; MONTARDO, 2005), a netnografia (KOZINETS, 2010, 2014) e a (auto) netnografia (AMARAL, 2008). Tais métodos foram acionados com a finalidade de discutir os estereótipos construídos historicamente em torno de mulheres-madrastas, desde os contos de fadas, até produtos jornalísticos, perpassando por dicionários de língua portuguesa, bem como os meios que têm sido utilizados para combater tais discursos. Diante de tal cenário, o campo do objeto empírico concentra-se em uma comunidade virtual, hospedada no Facebook, com mais de 2 mil participantes. As condições de madrasta, participante ativa da comunidade e, agora pesquisadora do ambiente, foram determinantes para optar por um estudo autonetnográfico. Todo percurso de coleta e análise dos dados foi realizado por plataformas virtuais, tendo iniciado a partir dos padrões estabelecidos pela Netnografia, posteriormente agregados às fases da Análise Temática. A fase inicial consistiu-se na imersão enquanto pesquisadora, solicitando autorização da administração do grupo; posteriormente, a partir de um formulário online, foram coletadas respostas de voluntárias, mediante publicação no grupo, totalizando 53 participações; entrevistas online, com as participantes do formulário que manifestaram interesse; a observação do grupo se deu durante todo o processo de pesquisa, associada à escrita, a qual resultou esta dissertação. Por fim, observou-se, através da análise realizada, o incômodo das participantes com os estereótipos socialmente difundidos, especialmente atrelados à maldade, fomentados pelos clássicos contos de fada, bem como veículos e produtos comunicacionais. Atreladas às questões de gênero, observa-se a constante imposição de tarefas às madrastas, com baixo reconhecimento familiar e social, além da existência de rivalidade na díade genitora-madrasta, algo que reverbera sobre as crianças. Observou-se a tentativa de algumas produções em mudarem as narrativas que incluem personagens historicamente estigmatizados, como madrastas. Além disso, percebe-se as comunidades virtuais como importante espaço de diálogo, mas também de disputa de narrativas. 

Banca examinadora

Profª. Drª. Lilian Reichert Coelho | presidente - UFSB

Profª. Drª. Jussara Peixoto Maia | UFRB

Profª. Drª. Vivian Maria Corneti Lima | UFOB