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Conheça a região

RECÔNCAVO

Em português, a palavra “Recôncavo” é usada para se referir ao terreno ao redor de qualquer baía. No Brasil, passou a estar vinculado à região que circunda a Baía de Todos os Santos. Quando a monarquia portuguesa decidiu ocupar definitivamente o território que mais tarde se chamaria Brasil, o Recôncavo foi a primeira região a ser colonizada sistematicamente.

Em 1549, quando da fundação da cidade de Salvador, a ideia era construir uma cidade-fortaleza que pudesse apoiar a ocupação do território, acompanhando o curso dos grandes rios Paraguaçu, Jaguaripe e Subaé. Os primeiros aldeões instalaram-se perto dos baixios formados às margens destes rios, sobretudo onde a navegação era possível. Posteriormente, os assentamentos deram origem às cidades de Cachoeira, São Félix, São Francisco do Conde, Maragojipe, Santo Amaro, Jaguaripe e Nazaré das Farinhas.

Quando as primeiras levas de colonos portugueses chegaram à região, encontraram diversos povos e culturas indígenas. Sua travessia contribuiu profundamente para a formação cultural do Recôncavo: traços da cultura indígena estão presentes nos hábitos alimentares, na religiosidade e nos costumes, bem como nos nomes Muritiba, Murutuba, Capivari, Paraguaçu e Iguape, que, ainda hoje, identificam o local. topografia.

Os africanos vieram depois. O encontro de etnias, línguas, costumes e religiosidade ocorreu no Recôncavo, e posteriormente se repetiu em outros locais do Brasil. Na região, criaram alianças e estabeleceram intercâmbios culturais que moldaram os modos de viver e de sentir da população local.

No final do século XIX, os africanos e seus descendentes já representavam a maioria da população do Recôncavo – quase 70% da população local era negra e mestiça. Aqui surgiram formas exuberantes de catolicismo afro-brasileiro. As festas dos santos, deuses e deusas são animadas com muita música, dança, comidas e bebidas, porque o catolicismo popular incorporou uma característica importante das tradições religiosas africanas: a celebração da vida.

Foi nesta região onde se encontraram diferentes povos africanos, indígenas e portugueses que surgiu uma sociedade culturalmente complexa e diversificada. Este encontro cultural ocorreu num contexto de conflitos e desigualdades sociais. A diversidade deste encontro – nem sempre amigável – está ainda hoje presente nos modos de viver e nas crenças das populações locais. Assim, o legado do combate à intolerância é também um traço cultural dos povos que formaram a sociedade do Recôncavo.

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