Visitas técnica

Estudantes de Licenciatura em Química encerram semestre com visitas técnicas em Salvador

Como parte das atividades finais do componente curricular História da Química, estudantes do 1º semestre da Licenciatura em Química da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) realizaram, em Salvador, visitas técnicas a três espaços emblemáticos: o Memorial da Medicina Brasileira, a Galeria do Mercado Modelo e a Casa das Histórias.

A atividade marcou o encerramento do semestre letivo e funcionou como um momento de articulação entre os debates desenvolvidos em sala de aula e as materialidades da história. A proposta pedagógica buscou aprofundar a compreensão sobre a construção da Ciência no Brasil, destacando como essa trajetória está diretamente relacionada à fundação da primeira faculdade do país: a Faculdade de Medicina da Bahia, criada em 1808.

Ao visitar o Memorial da Medicina, localizado no prédio histórico da própria faculdade, os(as) estudantes puderam refletir sobre a institucionalização do saber científico no país e suas implicações. A visita revelou como essa estrutura está associada à lógica colonial, à centralização do conhecimento nos grandes centros urbanos — como Salvador e Rio de Janeiro — e à exclusão sistemática de sujeitos e saberes locais.

“A história das Ciências no Brasil foi marcada não apenas por avanços, mas por apagamentos. Estar nesse espaço, que simboliza o início da formação científica formal no país, nos ajuda a questionar: quem foi deixado de fora desse marco fundacional?”, provocou a professora Dra. Rafaela Lima, responsável pelo componente curricular.

Ao longo do semestre, a disciplina propôs uma abordagem crítica da História da Ciência, questionando narrativas lineares e eurocentradas e apresentando a Química como um saber humano, político e cultural, permeado por disputas, silenciamentos e resistências.

Nesse contexto, as visitas representaram mais do que uma atividade de encerramento: funcionaram como um fechamento simbólico de um percurso formativo comprometido com a construção de um olhar reflexivo e plural sobre o ensino de Ciências. A experiência também reforça o compromisso do curso com a formação de professores(as) capazes de desenvolver práticas pedagógicas que valorizem saberes historicamente marginalizados.

“Encerrar o semestre fora da sala de aula, nos territórios onde essas histórias se concretizam, foi uma forma de reafirmar que a Ciência não está apenas nos livros. Ela está nas ruas, nas feiras, nos corpos e nas memórias”, concluiu a professora.

Com informações de Rafaela Lima.

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