A Revista Gueto acaba de lançar sua 21ª edição (volume 11, junho de 2025), reunindo artigos acadêmicos que abordam, com profundidade e sensibilidade, temas como saúde mental em territórios periféricos, inclusão escolar, cultura afro-brasileira e os desafios impostos pelas tecnologias emergentes na educação. A publicação reafirma seu compromisso com a produção de conhecimento crítico, popular e engajado, conectando universidade, comunidade e ancestralidade.
A matéria de capa, intitulada “A certidão de óbito veio lavrada desde os negreiros”, é um relato emocionante sobre o projeto de extensão “Escutatórias”, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Desenvolvido em 2024 em um bairro periférico de Santo Antônio de Jesus, o projeto promoveu rodas de escuta e cuidado em saúde mental com mulheres negras idosas, vítimas diretas e indiretas da violência urbana. A experiência revelou como o sofrimento psíquico dessas mulheres está ligado a um contexto de racismo estrutural e àquilo que os autores denominam de “banzo contemporâneo” — uma expressão moderna de luto coletivo e desamparo, resultado da necropolítica e da exclusão social.
Outro destaque da edição é o artigo “Capoeirizando a escola: um jogo ancestral para a inclusão ampla”, que defende o uso da capoeira como prática pedagógica integradora e inclusiva. A pesquisa mostra como a roda de capoeira pode acolher e empoderar alunos neurodivergentes, com deficiência, de comunidades quilombolas e outros grupos historicamente marginalizados. Além de contribuir para o desenvolvimento físico e emocional dos estudantes, a capoeira fortalece a identidade cultural e cumpre um papel fundamental na educação antirracista e plural.
A revista também apresenta estudos sobre:
A nova edição já está disponível gratuitamente online em: periodicos.ufrb.edu.br/index.php/gueto/index