Muitos jovens preferem trocar segredos e dividir os problemas com pessoas que nunca viram na vida. E para isso, a internet serve como ponto de encontro para conversas. Não importa quem está do outro lado da tela, o lema é desabafar. Pode ser mais fácil expor seus sentimentos ou angústias com desconhecidos. Você se sente melhor depois da conversa e ainda não tem medo de ser honesto com quem está do outro lado, pois não tem nada a perder ao pedir um conselho ou confessar algo a quem nunca viu.
Foi por meio do Mirc – um programa de troca de mensagens instantâneas – que a estudante Mayne Cerqueira, 19 anos, encontrou quem a ouvisse. Ela conta que desde que teve acesso à rede, conversa com amigos virtuais sempre que se sente só. Ela diz que às vezes precisa dividir o que sente com pessoas diferentes do seu ciclo de amizades. “Conversar com outras pessoas, e não passar por um julgamento prévio é muito bom. E na internet, a comunicação é mais fácil”, confessa. Atualmente ela tem um pequeno grupo de amigos virtuais, com que mantém contato por Orkut e pelo MSN. “Converso com eles quase todos os dias, e sempre me dão conselhos do que devo fazer. Eles também me contam um monte de coisas, chegando às vezes a estarem mais presentes que os amigos da ‘vida real’”.
O aprofundamento das relações virtuais, a necessidade de escutar opiniões além das de seu próprio grupo de convívio está cada vez mais presente no dia-a-dia dos jovens. Segundo o psicólogo André Diniz, os medos, tabus e conflitos dessa geração, acabam sendo extravasados por meio da web. O psicólogo diz que a utilização da tecnologia aumenta a auto-estima do jovem. Mas chama atenção, pois o meio virtual pode facilitar o convívio com as diferenças, o que na vida real não é tão simples. “A internet não é um refúgio, ela trouxe características diferentes para conviver com as pessoas”, diz. André conta que essa atitude dos jovens pode se tornar um problema quando exageram no uso da internet e deixam de conviver com os amigos da vida real.
Por Maurício Miranda e Daniela Oliveira
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janeiro 5, 2009 - 20:36
Sou psicólogo e concordo com o colega, a internet é boa, porém a vida real, as relações interpessoais,em casa,na escola,na rua é melhor.O patológico surge quando há excessos.